Mariana Verçosa: Uma Carta de Amor para mim
Enquanto me preparava para dar continuidade ao meu segundo texto para o Inspira — que agora se tornou o terceiro, com o tema “Efemeridade da Vida” —, algo me chamou atenção: o quanto essa jornada de escrever é também um ato de autoconhecimento.
Decidi me retirar para um lugar mais íntimo e silencioso da minha casa, meu quarto. Fui buscar alguns cadernos e, ao encontrá-los, acabei me deparando com envelopes de cartas guardadas. Foi nesse instante que percebi algo profundo: existe em cada um de nós uma maneira única e pessoal de nos amar. E esse amor, não se confunde com o egoísmo.
Falo do amor que estabelece limites saudáveis, do amor que cuida do corpo em que habitamos e nos permite viver de forma plena. É o amor que nos impulsiona a fazer aquilo que nos faz sorrir, o que nos dá sentido e nos desperta encantamento.
Escrevo esta carta de amor para mim mesma. Para a mulher que segura a caneta, que digita, que pensa e sente. Para a mulher que tem medos, coragens e saudades. Para aquela que sonha, que tem 32 anos de existência e, ao longo desse tempo, aprendeu a se apaixonar pela simplicidade das coisas: gatos, a cor roxa, o mar, as cartas, as tatuagens.

Teço essa carta com a intenção de me lembrar — e instigar aqueles que me leem — a colocar o rosto ao sol. A viver o presente com mais afeto, atenção e respeito por si mesmos. Como diz o dito popular: “A vida é uma só”. Então, vamos viver de maneira plena, com amor e cuidado por tudo o que somos e sentimos.