Ser quem se é em um mundo que não enxerga quase nada
Existe uma dor que atravessa gerações de mulheres de forma silenciosa: a dor de não ser vista. Em um mundo que não enxerga quase nada — e quase nunca nos reconhece —, seguimos na luta diária por espaço, por escuta, por presença. E, mesmo com tanto esforço, ainda nos sentimos à margem. A presença feminina em espaços de poder continua sendo subestimada, desacreditada, silenciada.
Ser invisível não é desaparecer. É estar ali e não ser notada. É falar e não ser ouvida.
Essa invisibilidade não é apenas individual — ela é estrutural. Está nos salários desiguais, nas opiniões ignoradas, nos corpos objetificados e, ao mesmo tempo, julgados. Está nos papéis que nos impõem, exigindo que calemos para caber, que agrademos para permanecer, que sorriamos mesmo quando há desconforto e frustração por não podermos ser quem somos.
E é aí que mora o perigo.

Num mundo que nos pressiona a viver de aparências, corremos o risco de nos perder de nós mesmas — e de nos afastarmos da nossa verdade. A atriz Viola Davis, em sua autobiografia Em busca de mim, escreveu: “A verdadeira beleza é você sendo autêntica. É você sendo a mulher que Deus criou. É você dizendo: isso é o que sou — e isso basta.”
Sustentar a própria autenticidade é um ato de visibilidade. E, por isso mesmo, é também um ato revolucionário.
Que a gente não se deixe apagar. Que a coragem de sermos quem somos siga acesa — mesmo quando o mundo insiste em não ver.
One thought on “Ser quem se é em um mundo que não enxerga quase nada”
Verdade somos fortes e vencedoras somos mulheres