Esses dias me peguei pensando: quantas versões de mim já existiram? E quantas mais ainda virão?

É incontestável — nós, mulheres, carregamos uma natureza cíclica. Mudamos. E mudamos rápido. Às vezes, tão depressa que até nos custa acompanhar. Nem sempre essas transformações são conscientes ou desejadas, e é aí que o nó aperta: há uma parte de nós que resiste em aceitar que o ciclo virou. Que as circunstâncias e os relacionamentos já não são mais os mesmos. E, mais profundamente, que nós também já não somos.

Você sabe em que fase está agora?

Calma, não falo da sua rotina, dos papéis que ocupa no dia a dia ou da idade que aparece nos documentos. Falo da sua essência, dessa parte subjetiva e profundamente feminina que, muitas vezes, ignoramos. Poucas de nós param para refletir sobre isso, talvez porque crescemos acreditando em tantas coisas — e uma delas é o tal “felizes para sempre”. Só que a vida não é linha reta. Somos como a Lua: temos fases. E respeitar essa verdade é vital.

Talvez, neste momento, você esteja recomeçando, como a Lua Nova. Ou começando a enxergar uma luz no fim do túnel, como a Lua Crescente. Pode ser que esteja vivendo seu auge, inteira, radiante, como uma Lua Cheia. Ou, quem sabe, esteja vendo suas certezas irem embora, como uma Lua Minguante, deixando espaço para o novo — mesmo que isso pareça, agora, um vazio.

Seja qual for o ciclo em que você se encontra, lembre-se: sempre nos refazemos. É da nossa natureza. Somos, antes de tudo, Mulheres de Lua.