Por que eu gosto da cor roxa?
Porque é a cor mais bonita que existe (risos), pelo menos para mim.
Na tentativa de entender essa minha preferência, me dou conta de que, “desde que me conheço por gente”, dentre a cartela de cores que existe, o roxo sempre foi a minha cor preferida. E hoje, durante uma conversa gostosa e agradável com a Day, pude compartilhar que o roxo era a cor preferida da minha avó Enide, que já é falecida. Tons de roxo e o verde-claro eram as cores mais estimadas por ela.
Voltando ao lilás da história, ou melhor, da minha história, relembro que havia momentos de cuidado com a beleza, quando eu pintava as unhas da vovó Enide. As cores escolhidas por ela eram sempre os tons de roxo e, quando chegava a minha vez de pintar minhas próprias unhas, acabava escolhendo os mesmos tons — já influenciada sem perceber. E que bom que foi assim! A simpatia pelas nuances foi crescendo, assim como o amor por minha avó, que ultrapassa as barreiras do “além-vida”.
Me sinto confortável em dizer que roxo é a cor do amor.
Essa cor representa uma confluência, a junção entre outras duas cores: o azul, que remete à serenidade e à calmaria, e o vermelho, que se associa à intensidade e à vida. Observo o roxo como o equilíbrio, o dar as mãos, o entrelace.
Foto: Freepik
No fluir das minhas memórias afetivas, é certo para mim que vovó continua viva, seja em meus pensamentos, nas datas comemorativas ou na tatuagem que tenho no braço esquerdo, em homenagem a ela — ou melhor, à nossa relação de avó e neta, marcada por carinho, escuta e cumplicidade. O desenho da tatuagem são flores, uma espécie de planta conhecida como “Coroa-de-Cristo” ou “Eu-e-Tu”.
Acredito que o roxo é tão bem-visto por mim porque é um tipo de herança afetiva: um gosto, um interesse que herdei da minha avó, a pessoa que ajudou minha mãe na responsabilidade de cuidar de mim. Quando eu estava doente, fazia chás; quando queria apenas me mimar, preparava uma panela cheia de pipoca, doce de leite ou brigadeiro. E, enquanto escrevo, percebo que esses são os meus doces preferidos.
Nesse meu resgate de memória afetiva associo o roxo também à espiritualidade e aproveito esse momento, enquanto as linhas estão sendo tecidas, escritas inicialmente no papel e depois transferidas para a web, para dedicar o meu primeiro texto Inspira à Dona Enide.
Aproveitando esse olhar afetuoso, eu digo, crio, trago para perto de mim o cheiro, o aroma das flores de lavanda, que acalentam e acalmam a alma — a minha alma. E desejo e emano a você que me lê, que seja abraçado por todos os tons de lilás que existirem e acalentado, afagado pelo suave perfume dos pés de lavanda.
6 thoughts on “Por que eu gosto da cor roxa?”
Que bom que começou sua trajetória aqui no Inspira com uma lembrança de amor que foi plantada na sua alma. Amor de vó é inesquecível 💜
Ain, obrigada pelo carinho através das suas palavras, Elaynne. E sim, amor de vó fica pra sempre mesmo. 💜
Ah, Mari!!! Tá faz-me sentir a pureza de Ser. Faz-me sentir o aroma das cores. As letras flutuarem. Que bom te encontrar nessa vida.
Que bom que eu te encontrei nessa vida, Gleice! E pode chegar por aqui sempre, tá… Sinta-se à vontade. 💜💕
É um privilégio ter memórias afetivas tão marcantes e belas 💜
Isso mesmo, minha amiga! Inclusive obrigada por vc está aqui se deixando tocar por esse meu texto cheio de afeto. Sinta-se à vontade para voltar ao site mais vezes. 💜💓